Professores: os adjuntos de pais

Professores: os adjuntos de pais

Pais trabalhando, filhos na escola. Hoje, com essa pandemia Covid 19, filhos fora daqueles muros, pais trabalhando, seja em casa, seja fora dela. Mas, será que o estágio #fiqueemcasa serviu para, em especial, alguns pais prestarem mais atenção em seus filhos?

Dia desses, eu ouvi de uma mãe que trabalhar em casa estava causando mais tumulto do que quando trabalhando fora, de forma que a sensação que ela tinha era de que não conseguia dar conta de tudo; enquanto a sua filha pequena, sempre ali ao seu lado, não a tinha nem pela metade. Acreditava, assim, que a atenção para ela conseguia ser menos do que antes. Outras duas, notoriamente estressadas, assumiam que o celular estava sendo o refrigério para que elas tivessem a tranquilidade para trabalhar.


E o que dizer dos adolescentes? Quantos trancados o dia todo em seus quartos em frente ao computador ou ao celular? Uns, assistindo às suas aulas, pesquisando; outros, fazendo de conta, em estado de alerta só aos passos no corredor; e mais outros, trancados em si, sabe-se lá com quais pensamentos, mas sinalizando, de alguma forma: “tem algo diferente em mim. Eu estou precisando de ajuda”! Pedido passando em branco, enquanto só vai se amontoando.

Professores não são pais de seus alunos. Até porque a condição e as responsabilidades de ser pai ou mãe devem ser intransferíveis, insubstituíveis. Mas, professores funcionam muito bem como assistentes, assessores, ou melhor, adjuntos de pais. Muitos, tão atentos às sutilezas na mudança de comportamento de seus alunos, que parecem conhecê-los melhor do que seus próprios pais! Alguma coisa acendeu de diferente, eles logo acionam o tão importante: “estou de olho em você”!


É por essas e outras que, a essas alturas, a escola deve estar, mesmo, fazendo muita falta! E sabe aqueles pais mais resistentes, que permanecem ligados no automático, imersos em seus projetos e trabalhos, permanecendo sem ativar o “atenciômetro”? Que falta faz ouvir deles a famosa frase: “Vou passar na escola de meu filho. A professora dele quer falar comigo”!

Adrijane Amorim

Adrijane Alves de Amorim, sou fonoaudióloga e docente do Ensino Superior, com experiência de longa data, no que se refere à prevenção e intervenção dos distúrbios específicos da voz, fala, linguagem e motricidade oral, como no trato para o aperfeiçoamento da comunicação para fins profissionais, aqui destinada.

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