Estamos vivendo o “Big Brother Brasil” na modalidade #fiqueemcasa. E nessa altura deste nosso reality, a quantas anda a sua comunicação? Pois, sendo ela que media as relações interpessoais, é importante uma pausa para pensar a resposta, uma vez que a forma como a comunicação é gerida pode aproximar ou afastar pessoas, inclusive, quem se ama. Assim, dela depende também a preservação e o bem estar dos relacionamentos.
O fato é que a dinâmica de comunicação está diretamente relacionada a vários fatores e sofre várias interferências, reunindo aí a história de cada um, a cultura, as experiências passadas, as crenças, os sentimentos. Tudo isso junto e muito mais, sem início nem fim.
Esse conjunto de coisas é o que faz com que tenhamos interpretações e reações diferentes para o que é dito ou não dito. O que parece pequena coisa para um, pode ser o fim de linha para outro. A comunicação é ato voluntário e, cuidado, porque ela é involuntária também, querendo ou não, acontece, de modo que estamos todo tempo gerando impressões.
Além do que, como a maioria das nossas ações, o inconsciente fala mais do que o consciente. Assim, fala-se o que se pensa, mas nem por isso pensa-se sempre bem, e, por vezes, fala-se muito sem pensar. Eis aí outros motivos que merecem atenção, pois é quando a comunicação pode gerar vários transtornos, que magoam e afastam as pessoas, principalmente, quando liderada por sentimentos descontrolados que corroem o ser.

Então, para quem deseja ajustar a comunicação com o propósito de (re) aproximar pessoas, seguem algumas sugestões.
- A boca fala do que o coração, a mente e o espírito estão cheios, da mesma forma que as orelhas que ouvem guardam essa mesma relação. Então, de que o seu coração, mente e espírito estão cheios? Descubra os sentimentos que estão atualmente prevalecendo, pois serão eles que prevalecerão na sua comunicação. Se, por acaso, for a impaciência, provavelmente você será impaciente ou intolerante para falar e escutar o mínimo que seja. Sentimentos à deriva, o outro da relação é quem mais os percebe, porque é também quem sofre o efeito. Então, preventivamente, faça algo para esvaziar sentimentos corrosivos. Procure entender o que realmente o(a) incomoda. Tenha uma conversa séria com você. Esse tempinho para se entender é uma boa pedida.
- Monitore a sua comunicação pelo sensorial. Escute-se para perceber a força e o volume de sua voz. Normalmente, os gestos e expressões seguem o mesmo ritmo. Não espere que o outro lhe peça para baixar o tom ou para ter calma. Quem fala deve ter esse controle para não ser agressivo ao outro. Se você prestar atenção nele, verá o reflexo de sua fala sobre ele.
- Não exploda! Você deve conhecer ou perceber as sensações e os caminhos que antecedem e levam à explosão. Então, quebre essa cadeia, antes que essa explosão aconteça. Pedir desculpas depois, nem sempre fecha as feridas. Respire fundo para voltar à sã consciência e ter domínio sobre o seu sentimento. A respiração é o elo entre o corpo e a mente, a conexão entre o interno e o externo e, ainda, oxigena o cérebro e as ideias. Precisa de um saco de pancadas? Use almofadas; jamais, pessoas
- Cada um enxerga a realidade com seus próprios óculos, por isso existem várias interpretações para um mesmo fato ou informação. Escute o outro sem interrompê-lo, dê sinal de que você o escutou e considerou o que foi dito, ainda que não concorde. Não queira ser o(a) dono(a) da razão e fingir que o escutou. A sua expressão pode denunciá-lo(a).
- Evite julgamentos e deduções do que é dito, só porque você acha que conhece a pessoa. Geralmente, somos generosos conosco, mas deduzimos o pior do outro. Portanto, saia do achismo. Dê a chance de o outro ser mais claro.
- O silêncio é muitas vezes necessário e a melhor opção. Mas esteja certo de que assim o é; pois a ausência de comunicação é problema também.
- Dia desses, ouvi alguém dizer: “ficar nervoso é fácil, o difícil é evitar o nervosismo”. Bem verdade! Mas, difícil soa-me como uma palavrinha mágica que nos permite permanecer no mesmo lugar. A sensação é de que tudo que impomos uma dificuldade está muito mais para a sua permanência do que para a mudança. Então, se você realmente quer, corra atrás de ajuda, porque o propósito deve ser sempre maior que a dificuldade.
Finalmente, apesar dos pesares, este reality é uma oportunidade de testarmos ou treinarmos a nossa capacidade para enfrentar e administrar os nossos conflitos internos, assim como a nossa habilidade de comunicação, a partir de nossa casa, que se transforma em um laboratório social para as relações profissionais e de trabalho.